segunda-feira, 18 de novembro de 2013

As "pílulas" de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão


 

As irmãs do setor feminino dos Arautos do Evangelho de Nova Friburgo estiveram nesta quinta-feira -dia 14 de novembro- em Guaratinguetá, SP, visitando a Igreja de Santo Antônio. Foi nesse templo que Santo Antônio de Santana Galvão recebeu o sacramento do Batismo, fez sua primeira comunhão e celebrou sua primeira Missa.

As irmãs tiveram a imensa graça de conhecer o local onde são confeccionadas e distribuídas a todo o Brasil as “pílulas de Frei Galvão”, onde inclusive puderam aprender a fazer o santo remédio e, por uns instantes, ali prestaram seu trabalho voluntário.
               Diariamente muitos piedosos devotos desse santo brasileiro ali oferecem seu tempo e passam horas a fio fazendo com as próprias mãos as pílulas que, pela fé e intercessão do santo Frei Galvão, operam tantas curas de males corporais e espirituais.













As "pílulas" de Frei Galvão

Esse costume tão característico de nosso Santo - ininterruptamente seguido por milhares de fiéis desde quando ele era vivo até os dias de hoje - comprova, pelas graças e feitos portentosos que opera, não ser uma mera crença popular.

Diz a história que certo dia apresentaram a Frei Galvão um moço com muitas dores, sem poder expelir uns cálculos renais. O santo religioso movido de compaixão, depois de rezar teve uma súbita inspiração. Escreveu em três papelinhos a seguinte frase do ofício da Santíssima Virgem Maria: "Post partum Virgo inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis", ou seja: "Depois do parto, ó Virgem, permanecestes intacta; Mãe de Deus, intercedei por nós".

Enrolou os papeizinhos em forma de pílula e deu ao jovem para que os tomasse como remédio. Logo depois o moço expeliu um grande cálculo e ficou curado. Mais tarde um homem aflito procurou Frei Galvão, dizendo que sua esposa, que ia dar à luz, estava muito mal. Novamente ele se lembrou do versículo do ofício de Nossa Senhora escreveu, enrolou e mandou as pílulas para a mulher. Depois de tomá-las, ela deu à luz sem nenhum problema.

Estes e outros fatos se propagaram rapidamente e os pedidos dos célebres papelinhos, ou pílulas, ficaram muito frequentes.

Frei Galvão ensinou às irmãs do Recolhimento a fazerem pílulas, de modo que, mesmo em sua ausência, as pudessem dar às pessoas que viessem pedir na portaria do Convento.

No início as pílulas eram procuradas, sobretudo, pelas parturientes. Com o tempo, porém, começaram a ser usadas por quem sofria de enfermidades diversas, de modo especial problemas renais, cálculos ou pedras nos rins. E até para a conversão de pecadores. Hoje em dia são solicitadas por homens, mulheres e jovens que nas doenças - principalmente câncer - ou em dificuldades de toda espécie, invocam a intercessão do servo de Deus e as tomam com fé.


Um pouco da história de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão

Santo Antônio Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá, no interior do estado de São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestigio social e influência política.

Desde pequeno foi iniciado ainda pela mãe a ajudar os pobres de Guaratinguetá, pois dona Izabel, ao morrer, havia deixado todas as suas vestes para os pobres. O pai, Antônio, sempre foi solícito pelos mais necessitados. Portanto, aprendera em família a amar os prediletos de Deus.

O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, o mandou, com a idade de 13 anos, para Belém (Bahia) a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas. Ficou no colégio de 1752 a 1756, com notáveis progressos no estudo e na prática da vida cristã. Com o clima antijesuítico provocado pela atuação do marquês de Pombal, Antônio entrou para os Frades Menores Descalços da Reforma de São Pedro e Alcântara, em Taubaté, SP.

Aos 21 anos, no dia 15 de abril de 1760, Antônio ingressou no noviciado no convento de São Boaventura, na vila de Macacu, no Rio de Janeiro. As 16 de abril de 1761 fez a profissão solene e o juramento, segundo o uso dos franciscanos, de se empenhar na defesa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, doutrina aceita e defendida pela ordem franciscana.

Um ano depois da profissão religiosa, Frei Antônio foi admitido a ordenação sacerdotal, aos 11 de julho de 1762, no Rio de Janeiro. Depois de ordenado, foi mandado para o convento de São Francisco, em São Paulo, com o fim de aperfeiçoar os estudos de filosofia e teologia como também exercitar-se no apostolado. Sua maturidade espiritual franciscano-Mariana teve sua expressão máxima na "entrega a Maria" como seu "filho e escravo perpétuo", entrega assinada com o próprio sangue aos 9 de novembro de 1766.Terminados os estudos em 1768, foi nomeado pregador, confessor dos leigos e porteiro do convento. Foi confessor estimado e procurado, e, muitas vezes, quando era chamado ia a pé, mesmo aos lugares distantes.

Durante sua última doença, Frei Antônio passou a morar num "quartinho" (espécie de corredor) atrás do tabernáculo, no fundo da igreja, do Mosteiro da Luz. Terminou sua vida terrena aos 23 de dezembro de 1822, pelas 10 horas da manhã, confortado pelos sacramentos e assistido pelo seu padre guardião, dois confrades e dois sacerdotes diocesanos. Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do Recolhimento que ele mesmo construíra.
 
A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do "recolhimento". "Foi frade de muita caridade, foi frade de muita vida espiritual, antes de tudo", escreveu Frei Henrique Golland Trindade, mais tarde bispo de Botucatu, SP Além desse testemunho, ternos o depoimento das religiosas mais antigas do recolhimento da Luz, que afirmam: "Amava os pobres e muitas vezes pagava as suas dividas. Mesmo de noite ia visitar os doentes e procurava animar e consolar os aflitos"

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