As irmãs do setor feminino dos Arautos do Evangelho de Nova Friburgo estiveram nesta quinta-feira -dia 14 de novembro- em Guaratinguetá, SP, visitando a Igreja de Santo Antônio. Foi nesse templo que Santo Antônio de Santana Galvão recebeu o sacramento do Batismo, fez sua primeira comunhão e celebrou sua primeira Missa.
As irmãs tiveram a imensa graça de conhecer o
local onde são confeccionadas e distribuídas a todo o Brasil as “pílulas de Frei Galvão”, onde inclusive
puderam aprender a fazer o santo remédio e, por uns instantes, ali prestaram
seu trabalho voluntário.
Diariamente muitos piedosos devotos desse santo brasileiro ali oferecem seu
tempo e passam horas a fio fazendo com
as próprias mãos as pílulas que, pela fé e intercessão do santo Frei Galvão,
operam tantas curas de males corporais e espirituais.

O pai, querendo dar uma formação humana e
cultural segundo suas possibilidades econômicas, o mandou, com a idade de 13
anos, para Belém (Bahia) a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.
Ficou no colégio de 1752 a 1756, com notáveis progressos no estudo e na prática
da vida cristã. Com o clima antijesuítico provocado pela atuação do marquês de
Pombal, Antônio entrou para os Frades Menores Descalços da Reforma de São Pedro
e Alcântara, em Taubaté, SP.

Esse costume tão característico de nosso Santo
- ininterruptamente seguido por milhares de fiéis desde quando ele era vivo até
os dias de hoje - comprova, pelas graças e feitos portentosos que opera, não
ser uma mera crença popular.
Diz a história que certo dia apresentaram a
Frei Galvão um moço com muitas dores, sem poder expelir uns cálculos renais. O
santo religioso movido de compaixão, depois de rezar teve uma súbita
inspiração. Escreveu em três papelinhos a seguinte frase do ofício da
Santíssima Virgem Maria: "Post partum
Virgo inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis", ou
seja: "Depois do parto, ó Virgem,
permanecestes intacta; Mãe de Deus, intercedei por nós".
Enrolou os papeizinhos em forma de pílula e deu
ao jovem para que os tomasse como remédio. Logo depois o moço expeliu um grande
cálculo e ficou curado. Mais tarde um homem aflito procurou Frei Galvão,
dizendo que sua esposa, que ia dar à luz, estava muito mal. Novamente ele se
lembrou do versículo do ofício de Nossa Senhora escreveu, enrolou e mandou as
pílulas para a mulher. Depois de tomá-las, ela deu à luz sem nenhum problema.
Estes e outros fatos se propagaram rapidamente
e os pedidos dos célebres papelinhos, ou pílulas, ficaram muito frequentes.
Frei Galvão ensinou às irmãs do Recolhimento a
fazerem pílulas, de modo que, mesmo em sua ausência, as pudessem dar às pessoas
que viessem pedir na portaria do Convento.
No início as pílulas eram procuradas, sobretudo,
pelas parturientes. Com o tempo, porém, começaram a ser usadas por quem sofria
de enfermidades diversas, de modo especial problemas renais, cálculos ou pedras
nos rins. E até para a conversão de pecadores. Hoje em dia são solicitadas por
homens, mulheres e jovens que nas doenças - principalmente câncer - ou em
dificuldades de toda espécie, invocam a intercessão do servo de Deus e as tomam
com fé.
Um
pouco da história de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão
Santo Antônio Galvão nasceu em 1739, em
Guaratinguetá, no interior do estado de São Paulo. O ambiente familiar era
profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica,
pois seus pais gozavam de prestigio social e influência política.
Desde pequeno foi iniciado ainda pela mãe a
ajudar os pobres de Guaratinguetá, pois dona Izabel, ao morrer, havia deixado
todas as suas vestes para os pobres. O pai, Antônio, sempre foi solícito pelos
mais necessitados. Portanto, aprendera em família a amar os prediletos de Deus.

Aos 21 anos, no dia 15 de abril de 1760,
Antônio ingressou no noviciado no convento de São Boaventura, na vila de
Macacu, no Rio de Janeiro. As 16 de abril de 1761 fez a profissão solene e o
juramento, segundo o uso dos franciscanos, de se empenhar na defesa da
Imaculada Conceição de Nossa Senhora, doutrina aceita e defendida pela ordem
franciscana.
Um ano depois da profissão religiosa, Frei
Antônio foi admitido a ordenação sacerdotal, aos 11 de julho de 1762, no Rio de
Janeiro. Depois de ordenado, foi mandado para o convento de São Francisco, em
São Paulo, com o fim de aperfeiçoar os estudos de filosofia e teologia como
também exercitar-se no apostolado. Sua maturidade espiritual
franciscano-Mariana teve sua expressão máxima na "entrega a Maria"
como seu "filho e escravo perpétuo", entrega assinada com o próprio
sangue aos 9 de novembro de 1766.Terminados os estudos em 1768, foi nomeado
pregador, confessor dos leigos e porteiro do convento. Foi confessor estimado e
procurado, e, muitas vezes, quando era chamado ia a pé, mesmo aos lugares
distantes.
Durante sua última doença, Frei Antônio passou
a morar num "quartinho" (espécie de corredor) atrás do tabernáculo,
no fundo da igreja, do Mosteiro da Luz. Terminou sua vida terrena aos 23 de
dezembro de 1822, pelas 10 horas da manhã, confortado pelos sacramentos e
assistido pelo seu padre guardião, dois confrades e dois sacerdotes diocesanos.
Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do
Recolhimento que ele mesmo construíra.
A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo,
como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e
pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que
tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser
vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do
"recolhimento". "Foi frade
de muita caridade, foi frade de muita vida espiritual, antes de tudo",
escreveu Frei Henrique Golland Trindade, mais tarde bispo de Botucatu, SP Além desse
testemunho, ternos o depoimento das religiosas mais antigas do recolhimento da
Luz, que afirmam: "Amava os pobres e
muitas vezes pagava as suas dividas. Mesmo de noite ia visitar os doentes e
procurava animar e consolar os aflitos"
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