Por volta do ano de
1193 em Lisboa, Portugal, nasceu Fernando Bulhões que se tornaria depois Santo
Antônio de Pádua, ou de Lisboa, como costumam chamar os portugueses.
Aos quinze anos, tendo
ouvido com nitidez o chamado de Deus para a vida religiosa, entrou na Ordem dos
Cônegos Regulares de Santo Agostinho, no Mosteiro de São Vicente de Fora. Dois
anos e meio depois, mudou-se para o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde
adquiriu singular conhecimento das Sagradas Escrituras, base de suas futuras
pregações. Foi também nessa cidade ordenado sacerdote.
Com grande pompa
chegaram a Coimbra, em meados de 1220, os restos mortais de cinco franciscanos
martirizados no Marrocos. O fato soou para o Cônego Fernando como uma aprovação
do Céu ao ser desejo de unir-se aos filhos de São Francisco no Convento de
Santo Antônio de Olivares. Obtida a licença dos superiores, recebeu o hábito
dos Frades Menores algum tempo depois, tomando o nome de Frei Antônio.
Renúncia à própria vontade
Certo dia foi escolhido, de improviso, pelo superior para fazer o sermão de uma missa. Diante da surpresa geral, as palavras daquele irmão, em latim e fundadas na Escritura, foram adquirindo cada vez maior brilho, fogo e clareza. Assim se iniciou a vida pública de Santo Antônio de Pádua.
Pregador destemido
Dotado de devoção,
eloquência e rara memória - conhecia de cor as Escrituras-, Frei Antônio atraía
multidões às suas pregações. Destemido, não tinha receio de reprovar os erros
dos seus ouvintes, ainda que se tratasse de autoridades civis ou eclesiásticas.
Em 1224, o santo religioso foi enviado a pregar no sul da França, onde se
alastrava a heresia cátara ou albigense, para ali levar a luz da verdadeira Fé.
Em 1227, Frei Antônio
foi convocado para um novo Capítulo Geral dos Franciscanos, sendo eleito
Superior Provincial da Emilia-Romagna, região na qual o santo passaria os
quatro últimos anos de sua vida. A cidade de Pádua, sede do Provincialato,
recebeu em abundância o calor de suas palavras e as manifestações de sua
bondade para com todos. Não havia igreja capaz de comportar as multidões - Às
vezes 20 mil fiéis - que acorriam para ouvi-lo.
Os labores apostólicos
debilitaram a saúde de Frei Antônio. Acometido por uma hidropisia, retirou-se
para um período de repouso na pequena comunidade de Camposampiero. Sentindo-se
mal, pediu para ser conduzido de volta à Pádua. No percurso, porém, seu estado se
agravou e viram-se obrigados a deter-se no mosteiro de Clarissas de Arcella.
Após confessar-se e receber
os Santos Óleos, entrou em agonia. Em certo momento, seus olhos se fixaram no
Céu e ele exclamou “Vi o Senhor”. Era o dia 13 de junho de 1231 e Frei Antônio contava
apenas 36 anos de idade.
Menos de um ano após
seu falecimento, no dia 30 de maio do ano seguinte, era canonizado pelo Papa Gregório
IX. Em 1263, ao serem transladadas suas relíquias para a Basílica construída em
sua honra em Pádua, São Boaventura, então geral da Ordem, encontrou intacta a
língua do santo.
O tempo não corrompeu
aquele vitorioso instrumento de pregação que salvou tantas almas!
Irmã Maria
Teresa Ribeiro Matos, EP
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